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27 de janeiro de 2021

FIP e OMS desenvolvem novo guia curricular para melhorar a ação contra os medicamentos falsificados

A Federação Farmacêutica Internacional (FIP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicaram um novo guia curricular para apoiar docentes e pessoal envolvido na formação de farmacêuticos na sensibilização dos cidadãos para a contrafação de medicamentos. Em 2017, a OMS estimou que um em cada dez medicamentos em países de baixo e médio rendimento estavam abaixo dos padrões de qualidade, segurança e eficácia, colocando em risco a população e os cuidados prestados.

"Os profissionais de saúde são essenciais para detetar e denunciar medicamentos falsificados ou de baixa qualidade que penetraram nas cadeias de abastecimento, bem como na educação e aconselhamento aos doentes expostos a estes produtos. No entanto, temos conhecimento de barreiras à notificação, incluindo a falta de consciencialização e sistemas de reporte complexos. Uma solução proposta pela OMS foi a produção de um currículo educacional modular para melhorar a notificação e as intervenções. A FIP tem a honra de ter assumido o desafio de desenvolver este currículo para os futuros farmacêuticos ”, refere Dominique Jordan, presidente da FIP.

O guia curricular é uma ferramenta para a formação em medicamentos de baixa qualidade, que pode ser adaptado às necessidades das instituições académicas. O guia contém um quadro de competências e aspetos práticos de implementação e é complementado com módulos que se alinham com a estratégia de prevenção-deteção-resposta da OMS para que os farmacêuticos saibam como identificar medicamentos com alto risco de contrafação, evitar que estes produtos cheguem à cadeia de abastecimento, detetar e reportar às autoridades competentes e intervir para prevenir danos no doente.

Estes materiais, que oferecem aos docentes farmacêuticos recursos de ensino e orientação prática, foram desenvolvidos com o apoio da Comissão Europeia, e em colaboração com a Conferência Internacional das Ordens dos Farmacêuticos de Língua Francesa, a Associação dos Farmacêuticos da Commonwealth e cinco universidades na África Subsaariana , região particularmente vulnerável a esses produtos.

"Os medicamentos de baixa qualidade são uma ameaça constante, abrangente e inaceitável na saúde pública. A estratégia holística da OMS de prevenção, deteção e resposta a estes produtos exige uma integração total dos farmacêuticos. A sua posição única, como protetores da integridade da cadeia de abastecimento, permite-lhes salvaguardar a qualidade e segurança dos medicamentos antes da sua distribuição e uma vigilância indispensável. No entanto, muito poucos farmacêuticos têm formação sobre o tema durante ou após a sua formação-base. Este projeto aborda uma lacuna na formação das instituições de ensino e promove o papel essencial dos farmacêuticos nesta problemática”, revela Pernette Bourdillon-Esteve, líder da equipa "Incidents and Substandard/Falsified Medical Products”, da OMS.

O presidente da FIP acrescenta ainda que "este recurso é projetado para aumentar e melhorar os níveis de formação e sensibilização dos farmacêuticos sobre os medicamentos falsificados. Acreditamos que será útil não só para os nossos colaboradores, mas também para mais países da região africana e não só.”

​O "Currículo para estudantes de Ciências Farmacêuticas sobre medicamentos falsificados e substandard: guia de currículo e quadro de competências” está disponível aqui.